sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

VI de Lucas Dulce


Rainha da noite e da sorte
Dona do leito e da morte
Ama de leite, mão forte.
Deusa do leste e do norte.
Seio materno que mata a fome
Freio da fera que fere e que come.
A força do fraco
A fraqueza do forte.
Mãe criadora do Universo
Musa rainha do canto e do verso.
Mão que acalanta, fresco da mata.
Pulso firme que aponta, força que mata.
Dona do paraíso, rainha do inferno.
Vida da primavera, morte do inverno.
Sopro quente do dia.
Penumbra sussurrante de noite fria.
Mãe, esposa, filha e irmã.
Força que eleva
desejo que puxa.
OLhar de Minerva
Sorriso de bruxa.
Pode ser o que quiser.
Rainha, escrava, divina... Mulher!

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Galope do Tempo (Lucas Dulce)


A mão gelada da lembrança
me alcança o ombro e me puxa,
me repuxo como lança e esqueço
fugindo do frio do passado
passo os olhos nesse eterno começo
e já não mais meço o acaso.
Deixo o fluxo do eterno presente
penetrar nos atos e momentos
nas entranhas da vida
entre estranhas carnes me escarneço
fujo do assombro e de novo me esqueço
lançando o laço no pescoço
do bicho feio que é a mente
brava fera que me morde
me esfriando a espinha
espinhando-me o peito
nesse frio do umbigo.
Aquele rosto branco de anjo
e a pele macia de uva
me uiva no ouvido e não vejo
se sou eu mesmo que corro
ou morro de medo da bela,
bela fera que me fere à ferro
nesse fogo no peito que é a paixão,
passo à largos passos e não penso
nesses tempos já idos de outrora
que em meus sonhos agora me apavora.
É a memória essa velha que me namora
branca pele de defunto, feios lábios de amora.
Vermelho-sangue de rubro vestido
me joga num poço que peço socorro!
Reviro aflito no leito, suando afoito,
prefiro o frio lá fora
que esse quente em meu peito
esse vazio do leito.
Me vem o vento do agora
e me tira o pó do passado
entrevado nos trapos do tempo.
Acordo, lúcido eu vejo
que viver é agora!
O passado enterra seus mortos
e nessa árvore da Vida
tantos erros e acertos
são todos esses galhos tortos.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Nasci dia 3 de fevereiro de 1989 às 9 e 30H , no Hospital São Camilo em Conselheiro Lafaiete, foi cesária,pois meu pai queria emendar a licensa paternidade com o carnaval ! Filho de José de Melo Dulce e Aparecida da Consolação Dias Dulce. Tive o cordão umbilical enterrado sob uma roseira ao lado da porteira da roça de meu avô materno em Carreiras.
Ao 2 meses de vida contraí uma pneumonia dupla,só não morri de ruim que sou! Aos 5 anos de idades cai de uma altura de dois andares,de teimoso não morri! Só que esse ultimo acidente me deixou sequelas que junto com meu signo zodiacal aquariano e meu ascedente em Peixes me deixou mais "diferente"! Via OVNI's, gente morta e outras coisas mais.
Cresci e me formei na FAculdade da Vida no bairro Morro da MIna, onde desenvolvi minha arte futebolística e estudei as CArtilhas Básica,Média e Avançada da Malandragem. Dividia meu tempo entre os campos, brincadeiras e bares (onde ia buscar meu pai sob comando de minha mãe).
Aos 12 anos perdi minha mãe. Eu me enterrei na Bíblia Cristã enquanto meu pai se enterrou na tristeza onde até hoje está. Aos 13 larguei de lado a Igreja Católica,mas nao a Bíblia.
Aos 15 anos fumava e bebia escondido enquanto ouvia MArilyn Manson, Korn e System of a Down e enfiava a cara no violão!
Saí de casa,mudei meu rumo,mudei meu prumo! Hoje divido meu tempo entra a Flauta Transversal,Violão,Poesia,tristezas e dúvidas. O interesse na Bíblia se expandiu para o Bhagavad Gita,Pistis Sophia, tratados de Alquimia, Kaballa e Ocultismo em geral !
Andando só ultimamente, somente em meus pensamentos....

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

O poeta não mente - Lucas Dulce


O poeta não mente
mata o medo da mente
joga os braços à frente
e rima com dores
segredos e amores
as injúrias da alma
que carrega com calma
sem reclamar de seu peso
nem dos vários pesares.
Vai lançando nos ares
os seus ais e seus risos
das memórias dos mares
das espumas de prantos
e dos céus de sorrisos
jorrando do peito
o calor das lembranças
das chegadas e andanças
num país interior
que carrega no fundo
desse paralelo mundo
as imagens da vida
pela ida ao centro
de seu microcosmo
nos seus próprios infernos.
Pelo frio do inverno
se esquenta em palavras
e sacode as aldravas
do seu reto pensar
sabendo que escrever
é como erguer um lar.
Faz sua base em palavras duras de rocha
para que o vento não derrube
a leveza das rimas.
Das suas verdades já ditas
que pesa em seus ombros
jogadas no branco da folha
antes que caiam escombros.
Soterrando seus dedos
e nos gritos e medos
já não possa rimar.

O Violeiro - Elomar Figueira Mello



Flauta linda,Violão Choroso,Voz do Sertão... Elomar Figueira Mello "O Grande Menestrel"
Ainda fazem boa música!

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Das banda de lá!


Ecos dos "passarin" do Morro da Mina retumbam em minh'alma!

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Elos Kármicos (Lucas Dulce)


"E foi o silêncio que habitou-se no meio..." Kriptônia, Zé Ramalho

Acende-te a Flama
Arrasta-te a Fleuma!
Chega-te a Noite
Acorda-te o açoite.

Assusta-te o medo
apontam-te o dedo
Assobiam os ventos
gritam nossos tormentos.

Nos olhos fendidos
os sonhos perdidos
Nos ouvidos rompidos
Mil gritos sofridos.

NA vingança que traga
ao meu peito a adaga.
Teu olhar tão sereno
guarda a dor, o veneno.

De outros tempos remotos
nossos erros, outros mortos.
Nossas vidas se cruzando
nesses caminhos tortos.

Só restou a revolta
daquela derrota
do tempo que volta
junto da lembrança
bater a mão torta
com seus calos de bruxa
na madeira da porta.

O Retorno da Estrela Cadente (Lucas Dulce)


Se o rochedo que ergue
sua face no Monte
onde a Estrela me segue
no riscar do horizonte
caindo na fonte
sigo em frente
rente a sorte
na caça da chave
que vence a morte.

E se a morte me chega
e me pega de novo
saio do corpo
como o pinto do ovo
e crio asas de plumas
vou voar sobre espumas
de praias ou dunas
lá na beira do mar.

Cerrarei o meu punho
perderei o meu peso
seguirei os Teus passos
rodeando espaços
e farei das estrelas
o meu jogo de Luzes
formarei novas cruzes
onde os pés vou cravar
para os braços abrir
e a Rosa brotar.

Subirei pelos planos
dos seres que choram
por ver depois de anos
este filho que volta
ao saudoso Lar
que outrora deixou
se lançando no Mar.

No Éter (Lucas Dulce)


Lampejos de Consciência
Nas trevas noturnas
No fundo a reminiscência
das visões taciturnas.

Nos rochedos, penêdos
arvoredos, segredos.
Meus mundos transfundos
Mais erros, meus medos.

As feras
Esferas
Ex-feras
Auréolas!

No flutuar do meu corpo na zona etérea
Do meu corpo uma cela.
A dúvida que o vôo cancela!



créditos foto: toolband.com (gravura de Alex Grey com sistema Fibonacci)

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Abraxas de Lucas Dulce


A Luz do Fogo...
o afago do Filho.
A Sabedoria das Serpentes...
Filhos do Dragão.
Doma teus Cavalos e corre...
Arroja-te no Espaço...teu Reino.
Leveza de menino nas pairagens estelares.
Teus sete selos,sonhos e segredos.
Igni,Aqua,Origo...Fiat Lux!
És o Fogo do Fogo
Luz das Luzes!
Teus braços abertos,teus pés no solo
nutrindo nossos anseios
no seio da Mãe Natura...
fluindo no evoluir da Matéria ao Espírito!
Tudo é teu...és tudo! A tudo Ilumina!
Salve...Abraxas...Luz dos Gêmeos...Mistério dos Mistérios!

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Ahriman de Lucas Dulce


Roubaram teu manto
tiraram o encanto
Calaram teu Canto.
Te afogaram no pranto.

Meteram-lhe amarras
botaram-lhe garras.
Eis que se passou o Tempo
Perpetuou-se o Tormento.

Mas surge o momento
em que abrirá o Firmamento.
Cessará teu sofrimento,
Será posto novamente em movimento...a Rosa e a Cruz!

E teus traidores,afogar-se-ão em teus próprios venenos.
Não haverão mais anatemas,calúnias e malfeitios...nem rimas jocosas com teu nome!
Não mais te chamarão de Satã...tú Ahriman!
Será bem visto entre os Deuses...será o mais luzente unido ao teu irmão!

Os fariseus se corroerão...não mais te amaldiçoarão!
Pois és a única fortaleza do mistério!
Nosso compaheiro e irmão!
Base do nosso Império!

Quinze "Salve" a ti Ahriman!
Príncipe da Luz...doador do fogo!
É a Luz tua mãe e irmã!
Venha,brinde conosco Ahriman!

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

A Imagem do Homem(Símbolos Universo-Reais) de Lucas Dulce


O Assum Preto de Gonzaga
é o Corvo de Poe!
Pistis Sophia de Cristo
é o Prometeu Grego...vítima do Ego!

Andrômeda e Rapunzel
Branca de Neve e Helena.
Hércules e Jesus...
um com clava outro com Cruz!

O Zodíaco e os Apóstolos
São sempre doze.
Muda o rótulo,
mas não muda a dose!

Símbolos Universais
Sete selos e castiçais.
Personagens Reais...
Viajantes em busca do Cais!

Grita Poe em sua viagens astrais
Canta Homero a cultura dos ancestrais.
Ulisses,Odisseu,Prometeu e Perseu.
Todos o mesmo significado...você e eu!Em busca do Não-Eu!

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Força Vermelha de Lucas Dulce


O Fogo do desejo
A Sombra da Luz
As costelas fendidas
A mortalha da Cruz!

O Arder dos instintos
O Ardor dos impulsos.
O peso da culpa....o culpado
A Sabedoria do Pecado.

No frio da Noite
Na solidão do Abismo.
No Negro do Luto.
No total do Absoluto.

A chave
A fenda
A coroa
A senda!

Na pedra da matéria
Na leveza do éter.
No Fogo da Vida.
Na ferida do Fogo.
Na fraqueza da carne
Na frieza do assassino
No sorriso do Menino.
Na crina do cavalo
Nas patas do Bode
Na fuligem e na fumaça
No couro e na couraça.
Na pureza e na trapaça.

Na árvore de dourados frutos
No Verde dos Vales.
No mel e no fél
No néctar da fruta...na cicuta!

A grandeza do mundo...em lágrimas!

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Carmina Burana - O Fortuna, Imperatrix Mundi





O Fortuna, Ó Fortuna,
Velut Luna És como a Lua
Statu variabilis, Mutável,
Semper crescis Sempre aumentas
Aut decrescis; Ou diminuis;
Vita detestabilis A detestável vida
Nunc obdurat Ora oprime
Et tunc curat E ora cura
Ludo mentis aciem, Para brincar com a mente;
Egestatem, Miséria,
Potestatem Poder,
Dissolvit ut glaciem. Ela os funde como gelo.
Sors immanis Sorte imensa
Et inanis, E vazia,
Rota tu volubilis Tu, roda volúvel
Status malus, És má,
Vana salus Vã é a felicidade
Semper dissolubilis, Sempre dissolúvel,
Obumbrata Nebulosa
Et velata E velada
Michi quoque niteris; Também a mim contagias;
Nunc per ludum Agora por brincadeira
Dorsum nudum O dorso nu
Fero tui sceleris. Entrego à tua perversidade.
Sors salutis A sorte na saúde
Et virtutis E virtude
Michi nunc contraria Agora me é contrária.
Est affectus
Et defectus E tira
Semper in angaria. Mantendo sempre escravizado
Hac in hora Nesta hora
Sine mora Sem demora
Corde pulsum tangite; Tange a corda vibrante;
Quod per sortem Porque a sorte
Sternit fortem, Abate o forte,
Mecum omnes plangite! Chorai todos comigo!

quarta-feira, 30 de junho de 2010

O Desespero de Fausto (Lucas Dulce)






Em vão Te procurei
no pó das salas
no mofo dos livros.
Desesperado gritei!

Sofria calado
em busca de Ti
Chorava no escuro
Morria calado!

Gritava aos ventos:
- Oh Luz! Por que foges de mim?
E Te perdia
como a água que corre entre os dedos.

Sem se quer suspeitar
que és Tu
que estás aqui, no instante
nas folhas, no calor, no ar!

Era Tu
esse desejo e esse impulso.
Estendendo-me Tua mão
me buscando, igualmente desesperado!

Meu Pai
Luz das Luzes
Criador de mim
Ancião dos Dias!

Ao Te procurar
nos livros
no pó e no mofo.
De Ti me escondia.

Nunca suspeitei
que Te encontraria
no deleite amoroso
no Fogo do prazer sexual.

Na suavidade da pele
No afago entre os seios
No cobrir dos lençóis
de dois corpos que se amam!

Oh Deus
mil desculpas
por me esqucer que o Sagrado
se esconde no Gozo Amoroso.

Essa pedra de tropeço
rejeitada por todos
tida como o "grande pecado".
Mas que na Verdade
é Puro e singelo...Amor!

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Cavando as Minas da Memória de Lucas Dulce




No pó do minério.
Do jeitinho mineiro
Descalço nos campos
desse chão brasileiro.

Cores, sorrisos e flores.
Gritos, medos e dores.
Tantas lembranças
tantos amores.

O morro e a esquina
A pedra e a mina.
Arvoredo e cercas de arame.
Há quem chore, há quem ame.

Aquele fio do bigode
O pai héroi, a mãe Deusa.
Sempre calada, singela.
Tão pura, tão bela.

E o tempo sacode a cabeleira
a trança toda vermelha.
No vinil do Ramalho a poeira.
A casa pobre em um bairro comum.

Desde o pé da Roseira (A Aparecida da Consolação) de Lucas Dulce



Atenção artilheiro!
Resgatar do frio, da dor, da escuridão!
O único sobrevivente da Ilha da Ilusão!
Durante a última revolução do Coração e da Paixão!
Ele ainda está entre os "mortos".
Cure as chagas, chame socorro.
Pois sou eu o que morro ! Socorro!

Da Noite as mais frias
Das memórias, as tardias.
Das dores as mais profundas.
Das covas, as mais fundas.

A chaga, o chicote e a dor.
Tudo em meu peito, não só o Amor.
Cortes profundos, nada lá fora.
O fél, o mel, a losna e a amora.

Tanto tempo, tudo torto.
Sorte de um corpo que não está morto.
Terras, trovões, extensões terrenas.
Infância, das lembranças as mais serenas.


Daquela roseira, meu cordão.
Meu corpo, minha Vida, um Guardião
Na terra, um elo, um ritual.
De ti...a falta, a fúria, o Funeral!

Desta porteira, o rangido, o choro.
Na procura, a questão, o estopim e o estouro!!!
Do Caminho, o Mistério, o Segredo.
Nada sei, tudo busco, nehum medo.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Antigos Espectros são os nossos inimigos de Lucas Dulce


(aos meus irmãos Wesley e Michael)

Marolas tardias
de um mar sombrio.
Fantasmas bravios
das noites de frio.

Demônios malditos
entre tijolos e telhas.
Cabeças de porcos
cabras,cavalos e ovelhas.

O cheiro de sangue
o frio do suor,medo!
Recordações frias
e o quente sopro do segredo.

Todos os sentimentos
passados, momentos.
Nossas batalhas
nossos lamentos!

Nossas lutas
nossos lutos!
Nossos combates,
espólios, tesouros e frutos.

A Força Real
a Amizade, os pactos.
Nossa União
Parceria Leal.

Mesmo feridos
todos vivos.
Emvolta do Fogo,
Recordando o vivido!

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Zyliana de Zé Ramalho


No tempo em que eu andava pela poeira
Daquele velho brejo de onde rumei
Não tinha tanta mágoa rente no olho
De alegria é só do que eu chorei
Não andava pela rua
Credo-cruz / Ave-Maria!
Nada sei do que eu queria saber!
Nada sei do que eu queria saber!
O homem já procura agora um caminho
Que o leve de volta para um lar
A foz de um grande rio me arrastou
E num toco boiando fui lutar
Netuno com seu tridente
Proteja-me consciente
Da queda que o rio corre pro mar!
Da queda que o rio corre pro mar!
O peso desses anos me acordou
De um sono profundo de condor
Se você não tem nada para fazer
Amigo, nada tens a se perder
Feche o quarto com cimento
E veja que mundo cinzento
E como ficou o verbo amar!
E como ficou o verbo amar!

segunda-feira, 26 de abril de 2010

O que era o Éden de Lucas Dulce


I
Ô Musa,
canta-me teus segredos!
As lembranças de minh'Aurora.
De mina Vida entre as Feras.

Fala-me,
da Mãe Natureza
do mel de teus lábios
e das Canções das Esferas!

Mostre-me,
os tempos em que corria
qual menino pelos montes Azuis.
Naquele início das Eras!

Onde flamejava
o Verbo Divino
Incorruptível deleite amoroso,
meu Matrimônio com Mantéia!

II
Havia outrora,
somente Anjos e Arcanjos.
Deuses gozosos
e Virgens sorridentes!

Carregava-se
o orvalho nos lábios
a doçura nos olhos
e o sorriso nos dentes!

Flores douradas,
vertiam o seio da Terra,
teus filhos majestosos
portavam Tridentes!

Amávamos
as Estrelas e os filhos,
venerávamos como Pai,
nosso Puro Sol Nascente!

III
Do Céu
desciam os Deuses
e com seus Cantos,
aos seres acalentavam!

Do Fogo
nos aquecia o Amor,
entre as chamas da Vida
ditosos seres cantavam!

Da Água
nos banhava a Pureza
e a Paz entre os Anjos
todo o Globo rodeava.

Das Flores
o aroma cobria a Aura.
Entre os Montes e Vales
o Amor nos perfumava.

IV (O Amargo do Ferro)
Era de Ouro...
tão sonhado Êxtase
há tempos perdido.
E agora entre as Trevas
vivem os filhos ingratos.
Convertidos em demônios,
os Anjos...
que no Paraíso habitavam!

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Alma de Guerreiro de Lucas Dulce


Vôo no silêncio da noite.
Tenho o frio como companheiro
e a memória como açoite.
O medo não persiste.

Aquelas fracas paixões
baixos impulsos degenerativos
que corrompiam minhas ações.
São agora personagens vivos!

Ergo minha espada
agarro ao meu escudo.
Subo nesta escada
aceito ao destino, mudo.

Encaro meus inimigos.
Combato aos meus medos.
Faço dos Astros meus amigos.
Conto à Eles meus segredos.

Faço no mundo uma batalha
deixo a Luz que há em mim crescer.
Sinto na carne a navalha.
O Universo é pequeno pro meu Ser!

domingo, 11 de abril de 2010

So Close, Faraway (Humanus) de Lucas Dulce


Meia-noite
lá fora o frio.
Preciso do hálito de morte
para saber que estou vivo!

Te sinto
às vezes até te ouço.
Mas se procuro não te vejo
Se estendo a mão, não te toco.

Se me dá um sorriso
Fico triste, pois não te encontro.
O aroma no ar
e a ausência na matéria.

Tão perto, tão longe.
Fique...sei que está aqui!
Mesmo sem ver
a noite me trás você!

Branco como a nuvem
sutil como a brisa.
Tua presença me acalma.
Sei que está aqui!

Sânkhya-Yoga de Lucas Dulce


Levante-se. Ô Arjuna!
Combatei o bom combate.
Teus falsos amigos
são seus verdadeiros inimigos.

Empunhe sua espada.
Cante louvores aos teus Deuses!
É hora do Sol vencer
dissipar a escuridão e amanhecer.

Cante,bravo Arjuna!
O Canto de Guerra.
Conduz teu carro no campo
mate antes que te matem.

Tens as armas necessárias
o Coração, a Espada e o Sol!
Lute, mesmo que isto te leve à Morte.
Pois o Bom Combate
sempre será recompensado!

segunda-feira, 29 de março de 2010

A dor de Cassiel de Lucas Dulce


O Tempo...
o que é o Tempo?
Tão pequeno perto do AMOR.
Pobre Cassiel...
Tu, um Anjo...tão impotente diante da matéria!

Crianças correm...
velhos morrem!
E tu além do Tempo,
mensageiro do Amor.

Por sua esperança
foste punido...
reduzido à um humano,
escravo do Tempo.

Antes tua impotência
agora tua necessidade.
Antes tua Liberdade,
agora sua dependência!

Via a todos
escutava os corações!
Agora sangra...pobre Cassiel!
Te insultam,te usam...confundem o Rei com um mendigo!

O que te fez baixar as asas
é o que te salvará...
somente o Amor.
Apenas esta Luz romperá as Trevas...e vencerá o Tempo!

quinta-feira, 25 de março de 2010

O Homem e a Mulher de Vitor Hugo


O homem é a mais elevada das criaturas; a mulher é o mais sublime dos ideais.
Deus fez para o homem um trono; para a mulher um altar.
O trono exalta; o altar santifica.
O homem é o cérebro; a mulher é o coração.
O cérebro fabrica a luz; o coração produz Amor.
A luz fecunda; o amor ressuscita.
O homem é forte pela razão; a mulher é invencível pelas lágrimas.
A razão convence; as lágrimas comovem.
O homem é capaz de todos os heroísmos; a mulher, de todos os martírios.
O heroísmo enobrece; o martírio sublima.
O homem tem a supremacia; a mulher, a preferência.
A supremacia significa a força; a preferência representa o direito.
O gênio é imensurável; o anjo, indefinível.
A aspiração do homem é a suprema glória.
A aspiração da mulher é a virtude extrema.
A glória faz tudo grande.
A virtude faz tudo divino.
O homem é um código; a mulher, um evangelho.
O Código corrige; o evangelho aperfeiçoa.
O homem pensa; a mulher sonha.
Pensar é ter no crânio uma larva.
Sonhar é ter na fronte uma auréola.
O homem é um oceano; a mulher, um lago.
O oceano tem a pérola que adorna.
O lago, a poesia que deslumbra.
O homem é a águia que voa.
A mulher é o rouxinol que canta.
Voar é dominar o espaço.
Cantar é conquistar a alma.
O homem é um templo. a mulher é o sacrário.
Ante o templo nos descobrimos. Ante o sacrário nos ajoelhamos.
Enfim, o homem está colocado aonde termina a terra e a mulher onde começa o céu.

terça-feira, 23 de março de 2010

Desculpas Infelizes de Lucas Dulce


Papéis e poeira
Cinzas e pontas de cigarro.
O amargo do álcool.
A dor do descaso e abandono!

Um olhar
que mata mais que a faca.
Um silêncio
que denuncia mais que o grito!

O seu sadismo...
Esse falso amor momentâneo.
O seu medo...
projetado em meus defeitos!

E eu como um escravo...
Tão novo,tão dependente!
O inferno em meu próprio lar.
Um inimigo com meu sobrenome!

Adorava sua farda de herói.
Que hoje está puída...
largada entre o mofo e as traças...
junta à fotos velhas...de um passado querido!
E a dependência
hoje não é mais minha!
São seus desejos
que te prendem à mim.

Sou sua bengala...
sou seu refúgio!
Antes me esmurrava,
hoje me pede socorro.

Realizou seu sonho...
largou o fardo
tirou a farda.
Mas o sonho acabou...

Fico triste por ti,
não que faça parte de mim...
Sua falsa liberdade
lhe tirou tudo!

Somente memórias
foi o que restou!
É desesperador
te ver abandonar a si mesmo.

Quem será a vítima?
Quem foi o vilão?
Será a morte a culpada?
Só me resta o silêncio como resposta...e um gosto salgado de lágrimas!

quinta-feira, 18 de março de 2010

O Apanhador no Campo de Centeio(Alienado) de Lucas Dulce


Oh inocência, há tanto tempo perdida!
Na memória o fél,a dor...o sangue.
Do casulo saem as asas azuis!
Busque o céu!Mesmo que aches o Abismo!

O tempo não volta!
Mas pode-se recuperar a infância!
Sim, o choro do nascimento.
O medo do novo.
A criança assustada...o medo, a fome!
Lembre-se
por mais que te ajudaram
você veio até aqui sozinho...sozinho!

Esta face infantil
não oculta o Ancião que reside em ti!
Você não perdeu tudo...
tens à ti mesmo...ainda!

Lute, grite...encare a fera!
Sabe o que te aguarda
é tarde demais para exitar!
Encontre o Caminho de volta...sozinho!

terça-feira, 16 de março de 2010

Sabedoria do Pecado de Samael Aun Weor


A sabedoria é elaborada com a sabedoria do pecado
e a vertigem do Absoluto.
Ó Magdala vencida,
teus lábios murchos de tanto beijar,
também sabem amar...

Por isso quero-te
mulher caída.
Por ti morrerei,
digam o que disserem.

Agrada-me o baile e teus amores,
Ai, mulher, não me deixes,
que eu por ti morro...
Ai, mulher, não me deixes,
que eu só a ti quero.

O fruto proibido faz-nos deuses.
As palavras deliciosas
do amor e teus graves juramentos,
são como o fogo das rosas,
são como aqueles deliciosos momentos
que ninguém sabe...

Os maiores anjos
sempre foram diabos
dos grandes bacanais.
Eles gozaram os lábios de amor,
eles cantaram o Cantar dos Cantares...

As Rosas Vermelhas são melhores que as Rosas Brancas
porque têm a sabedoria do pecado
e a vertigem do Absoluto,
e pelo muito que têm chorado,
um doce nazareno as perdoa...

A tentação é a mãe do pecado
e a dor do pecado é a sabedoria.
Cristo amou a que muito havia chorado
e disse-lhe: Mulher,
pelo muito que haveis amado,
eu te perdôo...

Os Deuses mais divinos
são os que têm sido mais humanos.
Os Deuses mais divinos
são aqueles que foram diabos.

Canta Belzebu, canta tua canção,
canta Belzebu um canto de amor.
Mulher, és rosa de paixão,
tens mil nomes deliciosos,
porém teu verdadeiro nome é amor...
Eu quero ser tuas fontes com laurel,
eu quero buscar teus lábios com amor...

Eu quero dizer-te coisas raras,
eu quero dizer-te coisas íntimas,
eu quero dizer-te tudo,
na perfumada peça de caoba.
Quero dizer-te tudo em noites estreladas,
tu és a Estrela da Aurora,
tu és a luz da Alvorada...

Teus seios destilam mel e veneno
e o licor da fêmea
é licor de Mandrágoras.
É cume, é imensidade, é fogo,
é a chama ardente e adorada
por onde se entra no céu...

Helena de Samael Aun Weor


Salve, salve, Deuses Imortais!
Brindo por vós neste cálice delicioso
e brindo pela virgem dos sete portais.

Eu brindo pela Helena de rosto majestoso
e a ela canto meus cantares
sob os pórtico imortais
de seu templo silencioso.

Helena, enche minha taça
com o vinho da intuição.
Helena, deita em meu copo
tua ânfora de Amor...

Helena, consola meu dolorido coração.
Quero provar o licor da sabedoria
mesmo ampliada a minha dor... quero embriagar-me de luz e poesia
e despertar nos braços de teu amor.

Bela Helena, eu te amo,
tu és o buril da filosofia,
tu és o fogo do Arcano,
tu és a ânfora da sabedoria
e a ansiada prometida dos sábios.

A púrpura e o ouro
da antiga Ítaca os ponho a teus pés.

Ó Helena!
ponho a teus pés o luxo de Atenas,
Ó núbil donzela,
ponho a teus pés as naves gregas,
Ó Deusa serena,
ponho a teus pés toda as antigas cidades,
Ó bela Helena!

Helena, enche minha taça
com o vinho da intuição
deita entre meu vaso
tua Ânfora de Amor.

terça-feira, 2 de março de 2010

Vinde à mim as criancinhas de Lucas Dulce


Sem medo do mundo
assim é a criança.
Pura essência
longe do ego, do intelecto.
Sem batalhar de antíteses
não pensa no amanhã.
Eterno presente
vive o agora.
É assim o Reino dos Céus...um Eterno agora!

Logos Solar (HAi-Kai de Lucas Dulce)


Doa a Vida.
Cria das Trevas a Luz!
Astro dos Astros!

O poeta é um Iniciado de Lucas Dulce


O poeta,
Iniciado autônomo
revira sem pudor
seu próprio sofrimento
e expõe sua dor.
Mediador
entre o astral e o físico
canaliza imagens
molda visões em palavras.
Sim...
o poeta verdadeiro
sempre será um Iniciado.
Ai! O que seria?
Como sobreviveria
as revelações divinas
se não houvesse
a Arte de moldar a Palavra?
Sim...
o poeta é um Iniciado
e tem como meta final
encarnar o Verbo.
Se tornando Verdadeiro...Poeta !

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Revira-voltas de Lucas Dulce


"Você é a dor do dia a dia
Você é a dor da noite à noite
Você é a flor da agonia
A chibata, o chicote e o açoite"

Rondam-me lembranças
de tempos tenebrosos!
Coisas que devem ser enterradas...
Tempos penosos.

Outra Orquidea Negra
brota na selva interna.
Mais um frio de inverno,
outra passagem no Inferno.

Outros rostos,outros olhos...
outros ruidos,outros medos.
O mesmo sangue entre os dedos.
Os mesmos surtos,os mesmos segredos!

Lembranças me trazem,
aquelas pedras e o espinho.
Sussuros ecôam
mas estou sozinho.

Grandes olhos a me fitar.
Um cão negro me vem rosnar.
Mandíbulas rubras a mastigar
um fogo brando a me queimar.

O cheiro...
O tempo...
O ciclo...
O olhar...

"E foi o silêncio que habitou-se no meio!"

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Cristo,Krishna,Buda,Samael....todos unidos!


Venho neste momento,não para publicar mais um poema e sim para dar vazão à essa Voz que estala em meu Coração.
Tantos mártires, tantos Iniciados, tantos Irmãos por aqui passaram para semear o Amor e a Paz.E nós meros humanóides apenas demos as costas e montamos seitas e religiões dogmáticas com seus nomes e ainda por cima tacamos pedras no vizinho e iniciamos guerras "santas". Quando será que virá o Sol do Despertar da Consciência para essa humanidade?
Acordem irmãos, acordem!
Semêem o Amor, por que só você é filho de Deus e o indiano,tibetano, africano ou indígena não é?
Será mesmo que ir à um local todos os domingos faz toda a diferença,será que assistir missas ou cultos sem refletir em seus significados é o que importa?
E o garoto do seu lado precisando de atenção e carinho?
Quem é mais precioso para Deus?Um cristão idólatra fanático e maledissente ou um "não batizado" que estende a mão para dar um prato de comida para o pobre necessitado?
Deixo aqui este humilde apelo!
Reflita!Peça a Divindade para que te ilumine e faça um juízo de consciência!
Será que tens mesmo trilhado o caminho correto só por pertencer à esta ou àquela igreja?

sábado, 2 de janeiro de 2010

Noite


Ramalheando....esperando alvorecer de novo!