segunda-feira, 26 de abril de 2010

O que era o Éden de Lucas Dulce


I
Ô Musa,
canta-me teus segredos!
As lembranças de minh'Aurora.
De mina Vida entre as Feras.

Fala-me,
da Mãe Natureza
do mel de teus lábios
e das Canções das Esferas!

Mostre-me,
os tempos em que corria
qual menino pelos montes Azuis.
Naquele início das Eras!

Onde flamejava
o Verbo Divino
Incorruptível deleite amoroso,
meu Matrimônio com Mantéia!

II
Havia outrora,
somente Anjos e Arcanjos.
Deuses gozosos
e Virgens sorridentes!

Carregava-se
o orvalho nos lábios
a doçura nos olhos
e o sorriso nos dentes!

Flores douradas,
vertiam o seio da Terra,
teus filhos majestosos
portavam Tridentes!

Amávamos
as Estrelas e os filhos,
venerávamos como Pai,
nosso Puro Sol Nascente!

III
Do Céu
desciam os Deuses
e com seus Cantos,
aos seres acalentavam!

Do Fogo
nos aquecia o Amor,
entre as chamas da Vida
ditosos seres cantavam!

Da Água
nos banhava a Pureza
e a Paz entre os Anjos
todo o Globo rodeava.

Das Flores
o aroma cobria a Aura.
Entre os Montes e Vales
o Amor nos perfumava.

IV (O Amargo do Ferro)
Era de Ouro...
tão sonhado Êxtase
há tempos perdido.
E agora entre as Trevas
vivem os filhos ingratos.
Convertidos em demônios,
os Anjos...
que no Paraíso habitavam!

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Alma de Guerreiro de Lucas Dulce


Vôo no silêncio da noite.
Tenho o frio como companheiro
e a memória como açoite.
O medo não persiste.

Aquelas fracas paixões
baixos impulsos degenerativos
que corrompiam minhas ações.
São agora personagens vivos!

Ergo minha espada
agarro ao meu escudo.
Subo nesta escada
aceito ao destino, mudo.

Encaro meus inimigos.
Combato aos meus medos.
Faço dos Astros meus amigos.
Conto à Eles meus segredos.

Faço no mundo uma batalha
deixo a Luz que há em mim crescer.
Sinto na carne a navalha.
O Universo é pequeno pro meu Ser!

domingo, 11 de abril de 2010

So Close, Faraway (Humanus) de Lucas Dulce


Meia-noite
lá fora o frio.
Preciso do hálito de morte
para saber que estou vivo!

Te sinto
às vezes até te ouço.
Mas se procuro não te vejo
Se estendo a mão, não te toco.

Se me dá um sorriso
Fico triste, pois não te encontro.
O aroma no ar
e a ausência na matéria.

Tão perto, tão longe.
Fique...sei que está aqui!
Mesmo sem ver
a noite me trás você!

Branco como a nuvem
sutil como a brisa.
Tua presença me acalma.
Sei que está aqui!

Sânkhya-Yoga de Lucas Dulce


Levante-se. Ô Arjuna!
Combatei o bom combate.
Teus falsos amigos
são seus verdadeiros inimigos.

Empunhe sua espada.
Cante louvores aos teus Deuses!
É hora do Sol vencer
dissipar a escuridão e amanhecer.

Cante,bravo Arjuna!
O Canto de Guerra.
Conduz teu carro no campo
mate antes que te matem.

Tens as armas necessárias
o Coração, a Espada e o Sol!
Lute, mesmo que isto te leve à Morte.
Pois o Bom Combate
sempre será recompensado!