sexta-feira, 18 de março de 2011

Senda do Menestrel de Lucas Dulce


Dói-me o coração
fardo pesado carreguei
inda carrego o peso da prisão
entre falsos caminhos me enganei.
Oh como me pesa o cansaço
choro ao lembrar de meus pais
que um dia deixei ao passo
enganado que dei na beira do cais
de um mar abismal e turvo
tropeçando segui na ilusão
hoje diante dos erros me curvo
e sigo atado a um cordão
que me prende na matéria.
Inglória vida levei entre eras
o frio do tempo me corta a artéria
entre mordidas e berros de feras
os ferros de grilhões a tilindar
ecoando no espaço vazio.
Ao pé do Monte a caminhar
corta-me o vento frio.
Elevo as vistas ao topo do céu
reerguendo-me arrependido seguirei
descortinando o nublado véu
que me separa do lugar que deixei.
Anjo-demônio de derradeiras eras
combatendo a mim mesmo, caminhante.
Elevo-me entre sendas e esferas
cavaleiro andante de destino errante.
Pego as armas vou À luta
rompendo rochas, rachando fendas
desviando os olhos de Maia
butrindo-me das forças de Gaia.
Sigo só um caminho que é só meu.
Tenho o Tempo como Mestre
canto ao Vento como Menestrel
e Deus como Maestro
me cria uma harmonia
tornando a noite em dia
me livrando do açoite da agonia
fazendo vibrar o Sol
em uma escala ascendente
fazendo deste astro luzente
o centro ardente do Universo
que em meus versos rogo
que me ilumine e me leve aos Céus!