segunda-feira, 25 de outubro de 2010

O poeta não mente - Lucas Dulce


O poeta não mente
mata o medo da mente
joga os braços à frente
e rima com dores
segredos e amores
as injúrias da alma
que carrega com calma
sem reclamar de seu peso
nem dos vários pesares.
Vai lançando nos ares
os seus ais e seus risos
das memórias dos mares
das espumas de prantos
e dos céus de sorrisos
jorrando do peito
o calor das lembranças
das chegadas e andanças
num país interior
que carrega no fundo
desse paralelo mundo
as imagens da vida
pela ida ao centro
de seu microcosmo
nos seus próprios infernos.
Pelo frio do inverno
se esquenta em palavras
e sacode as aldravas
do seu reto pensar
sabendo que escrever
é como erguer um lar.
Faz sua base em palavras duras de rocha
para que o vento não derrube
a leveza das rimas.
Das suas verdades já ditas
que pesa em seus ombros
jogadas no branco da folha
antes que caiam escombros.
Soterrando seus dedos
e nos gritos e medos
já não possa rimar.

O Violeiro - Elomar Figueira Mello



Flauta linda,Violão Choroso,Voz do Sertão... Elomar Figueira Mello "O Grande Menestrel"
Ainda fazem boa música!

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Das banda de lá!


Ecos dos "passarin" do Morro da Mina retumbam em minh'alma!

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Elos Kármicos (Lucas Dulce)


"E foi o silêncio que habitou-se no meio..." Kriptônia, Zé Ramalho

Acende-te a Flama
Arrasta-te a Fleuma!
Chega-te a Noite
Acorda-te o açoite.

Assusta-te o medo
apontam-te o dedo
Assobiam os ventos
gritam nossos tormentos.

Nos olhos fendidos
os sonhos perdidos
Nos ouvidos rompidos
Mil gritos sofridos.

NA vingança que traga
ao meu peito a adaga.
Teu olhar tão sereno
guarda a dor, o veneno.

De outros tempos remotos
nossos erros, outros mortos.
Nossas vidas se cruzando
nesses caminhos tortos.

Só restou a revolta
daquela derrota
do tempo que volta
junto da lembrança
bater a mão torta
com seus calos de bruxa
na madeira da porta.

O Retorno da Estrela Cadente (Lucas Dulce)


Se o rochedo que ergue
sua face no Monte
onde a Estrela me segue
no riscar do horizonte
caindo na fonte
sigo em frente
rente a sorte
na caça da chave
que vence a morte.

E se a morte me chega
e me pega de novo
saio do corpo
como o pinto do ovo
e crio asas de plumas
vou voar sobre espumas
de praias ou dunas
lá na beira do mar.

Cerrarei o meu punho
perderei o meu peso
seguirei os Teus passos
rodeando espaços
e farei das estrelas
o meu jogo de Luzes
formarei novas cruzes
onde os pés vou cravar
para os braços abrir
e a Rosa brotar.

Subirei pelos planos
dos seres que choram
por ver depois de anos
este filho que volta
ao saudoso Lar
que outrora deixou
se lançando no Mar.

No Éter (Lucas Dulce)


Lampejos de Consciência
Nas trevas noturnas
No fundo a reminiscência
das visões taciturnas.

Nos rochedos, penêdos
arvoredos, segredos.
Meus mundos transfundos
Mais erros, meus medos.

As feras
Esferas
Ex-feras
Auréolas!

No flutuar do meu corpo na zona etérea
Do meu corpo uma cela.
A dúvida que o vôo cancela!



créditos foto: toolband.com (gravura de Alex Grey com sistema Fibonacci)