terça-feira, 12 de junho de 2012

Filhos do Caos (Ecos de uma estrofe sem sujeito) - Lucas Dulce



O que há de ser o medo?
Mede-se nas pontas dos dedos?
Tocando a ferida com o olhar
escavando a alma posso encontrar.

Aflitos eus pedem espaço
em tudo que vejo, em tudo que faço.
Com o aço da consciência
minha essência pede licença.

Os loucos que fogem, perdidos.
Feridas na alma sangrenta
seguem a vida, breve ou lenta.
Violenta rajada de curto estampido.

Aquilo que eu tenho, nós temos
tão feio que não se pinta
não se ouve, não se fala.
Quando surge, algo se cala.

E no Caos, cria da desgraça
se dissipa ao raiar da Aurora,
no agora se faz a graça.
Fora do tempo o silêncio mora.