quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Eva de Lucas Dulce


Foste assim, insperada.
Aparecida na noite, sutil.
Teu olhar, como flecha disparada.
E o peito do poeta Adão, caiu!

Oh megera Eva!Pecadora.
De todas a mais materna.
Dona da hora acolhedora
e da chama eterna.

Foste vil por Amor?
Seria o passado revolto
desta chaga o causador?
Cessa-se agora esta dor.

Já calou-se meu clamor
paguei tudo a duras penas.
Soube de Deus através da dor
que dera frio e agora calor.

E tu, oh mulher cruel!
Grato estou por esta Cruz
pelo vinho e pelo fél.
Pois há, em cada Treva
um ponto de Luz!
Seja ela, para o Inferno
ou para o Céu!

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Cerberus de Lucas Dulce


Guia-me, tu olhos de fogo
Cão negro de caninos rubros!
Sê meu amigo neste lago de enxofre
Orienta-me nestas trevas, largas...profundas.

Acompanha-me nestas terras obscuras
Acenda as tochas destas sendas celestes.
Ascenda-me dentre os pilares das esferas.
Aqueça-me na solidão infernal do inverno.

Faça do Fogo a Luz.
A Rosa brotar da Cruz.
Saia da boca deste cão que me conduz,
a palavra de poder...Fiat Lux!