quinta-feira, 3 de outubro de 2013

In-sensibilidade (Lucas Dulce)

Caneta e papel
nada sai...
nenhuma lágrima cai!

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Podia ser Odisseu, mas sou eu! (Lucas Dulce)



Os Deuses me odeiam
em seus concílios se organizam
lançam olhares para baixo
e na falta de um herói para testar
escolhem a mim como alvo.

Vejam! É estes que ele ama, matem-nos!
Percebem? E disso que ele precisa, privem-no!

E na falta de um oceano,
me lançam em tormentas metafísicas.
E lá vou eu, como todo herói,
penetrar no mundo dos mortos!

Mais uma vez um golpe,
outra vez uma tentativa.
Nesse emaranhado de pescoços
Hydra cria outra cabeça!

Olho pro alto e praguejo
a praga volta,
como um cuspe lançado pro alto
e atinge a face de quem o projetou!

Encosto a cabeça no travesseiro...parece pedra.
Encolho os ombros, são como chumbo.
Tudo se cala e penso:
-Queria ao menos lembrar dos meus erros!

E vem a consciência, justa, leve, tranquila...Athena!
E me acalma:
- Seja forte meu filho. É entre os Deuses, o preferido!

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Beleza Terrível (Lucas Dulce)



Tu que sondas mistérios
Que guarda segredos
Que chora escondida
E ri de alguns medos!

Metade divina
Será sua sina
Ter seios, ter crina!
E o Fogo à soltar!

Metade Luzente
Metade cometa
Esconde a faceta
Em um jogo de azar.

Besta ferina... tão feminina
Caminha o Centauro...mas pode voar!
Quem montar no seu dorso
Inútil esforço irá enfrentar.

Será sempre bela
Sem doma ou cela
Porteira ou cancela

Que a faça parar...

domingo, 25 de agosto de 2013

Corpos afinados (Lucas Dulce)

Notas distintas
criam um acorde
entram em acordo
e nasce a harmonia.

Notas seguidas
de sinuosidade disforme
alternando alturas
criam a melodia.

Compassos alternados
pausas...silêncio
contratempos
o ritmo que se cria.

Órgãos,
os sopros,
força oculta que rege,
a sinfonia que emerge
na pauta da noite,
uma composição divina.
Dois corpos que se encaixam...

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Sina (Lucas Dulce)


Cabelos compridos e negros
noturnos olhares envoltos em medo.
Escondido por baixo do vestido, o segredo.
Armadilha suave que atrai o poeta,
calejado, calado com olhos de seta.
Se lança ao desafio,
empunha a espada
cabeça erguida, coluna reta.
Rosto conhecido de outras eras,
outros cenários
as mesmas Quimeras!
E o cantador entre ladeiras
canta sua sina, em notas ligeiras
morrer ainda em flor!
E ainda existe
no meio da noite
um mal que persiste
do frio o açoite.
E segue o bardo
cabeça erguida,
coluna reta
melodia pausada
com punhos em riste
e no meio da noite
o segredo persiste...a mulher desejada!

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Cuia de Esmola (Lucas Dulcifer)

Novamente aqui na beira do abismo, de novo cismo e estendo a mão...no braço da viola! Corpo feminino de cordas em brasa... o aço não corta meus dedos de pedra onde edifiquei minha igreja. No altar um Cristo-Lúcifer crucificado em "X", o alquimista mais uma vez derramou o Vaso de Hermes! E Vênus foi cúmplice dessa queda, num arroubo infernal soprado entre constelações pálidas o Cometa Luzente mais uma vez doou seu fogo aos mortos, que então, ressurgiram do Abismo para roer o fígado de Prometeu! Sem poesia, sem música, sem drama ou romance...talvez um cordel urbano forçosamente televisionado. O mundo se acaba, pouco importa uma bola de gude para os Deuses...e Demônios, somente um laboratório que se vai. E Apolo abraça Dionísio numa trégua irracional...os embriagados tem a consciência da ignorância! Já os da Constelação Aquarius se embriagam de consciência...Amém, Avohai, I.A.O...THELEMA!!!!!!! Que arda o fogo, para aquecer, iluminar ou queimar tudo aquilo que houver de pouco ou em excesso!!!!! Lua Cheia de Fevereiro. Qualquer lugar de um abismo.2013...6

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Nas Quadras do Luar (Lucas Dulce)

Hoje canto o que vivi
pelas bandas de lá.
De tudo o que eu vi
peço atenção, vou te contar.

Sai da casa do Pai
minha lira à tocar.
Lá onde o sol cai
ousei um dia chegar.

A estrada se alongou
perdi o rumo do lar.
O cansaço me pegou
e não sei como voltar.

Vestido em trapos
chorei pela donzela.
Um rei em farrapos.
A vida não é bela.

Sobre a dor vim lhe cantar
Louvei o amor, a flor, o luar.
Ainda perdido, sempre a cantar...
A Morte, o Amor e o Luar.