sexta-feira, 27 de julho de 2012

Nas Quadras do Luar (Lucas Dulce)

Hoje canto o que vivi
pelas bandas de lá.
De tudo o que eu vi
peço atenção, vou te contar.

Sai da casa do Pai
minha lira à tocar.
Lá onde o sol cai
ousei um dia chegar.

A estrada se alongou
perdi o rumo do lar.
O cansaço me pegou
e não sei como voltar.

Vestido em trapos
chorei pela donzela.
Um rei em farrapos.
A vida não é bela.

Sobre a dor vim lhe cantar
Louvei o amor, a flor, o luar.
Ainda perdido, sempre a cantar...
A Morte, o Amor e o Luar.

Eterna espera do retorno (Lucas Dulce)

Cansei de esperar
o tempo já passou.
Tentei adivinhar
e eu nem sei quem sou.

Onde se escondeu?
Meus olhos à procurar
Pelo que está por vir
Nem sei se vai chegar.

Agora só me basta ser
eu mesmo dentro de mim
o externo à perecer
parece esse o fim.

Um rio deságua no mar
a água evapora
agora é ar
serão gotas no rio...no mar.

Não espero de ninguém
só cobro o que posso dar
será que existe alguém?
Nem sei se vai chegar!

terça-feira, 12 de junho de 2012

Filhos do Caos (Ecos de uma estrofe sem sujeito) - Lucas Dulce



O que há de ser o medo?
Mede-se nas pontas dos dedos?
Tocando a ferida com o olhar
escavando a alma posso encontrar.

Aflitos eus pedem espaço
em tudo que vejo, em tudo que faço.
Com o aço da consciência
minha essência pede licença.

Os loucos que fogem, perdidos.
Feridas na alma sangrenta
seguem a vida, breve ou lenta.
Violenta rajada de curto estampido.

Aquilo que eu tenho, nós temos
tão feio que não se pinta
não se ouve, não se fala.
Quando surge, algo se cala.

E no Caos, cria da desgraça
se dissipa ao raiar da Aurora,
no agora se faz a graça.
Fora do tempo o silêncio mora.


quinta-feira, 1 de março de 2012

Inferno (Lucas Dulce)


Aço e Fogo
Sufoco
Só Fogo...
Sou fraco!

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Fios Soltos (Lucas Dulce)


Oh Noite fria de muitas dores!
Aquela rosa de doce aroma
Se desfalece, sem suas cores.

Jogadas ao vento, feitas em trapos
aquelas vestes, agora sujas.
Um velho manto feito em farrapos!

Pobre de ti! Meu Rei Amigo!
Que um dia ria em belos trajes,
Hoje chora e grita...és um mendigo.

Os teus banquetes e o forte vinho
que fluía leve em tuas veias.
Já se esgotaram...estás sozinho!

Preso em dimensões abismais
cercado pela cancela do tempo,
bradando triste, fracos sussuros...tristes ais!

Tú, de teu pai o homicida
cumpre agora a dura pena
que é cobrada em tua vida!

Luzeiro alvo de leves traços
como um cometa se arrojou
perdendo tudo em torpes braços.

Fôra aquele leito macio
tua armadilha, libidinosa teia
que te sugaste....ficou vazio!

E tuas damas, impúdicas Evas
soltaram prantos e te lançaram
entre os caninos em meio às Trevas!