sábado, 6 de agosto de 2011
A Peleja do Bardo na Terra de Hades (Lucas Dulce)
Do pobre poeta ri-se o Diabo.
Mostra-lhe os caninos o Cão Noturno.
Sopra-lhe nos ouvidos insultos.
Impõe em tuas vistas os vultos.
Envia-lhe donzelas tentadoras.
Sorrateiro infla-lhe ao peito os amores.
Faz submergir o pobre poeta na loucura
e deixa lacunas...duvidosas sentenças!
Ri-se o Diabo do pobre poeta!
Nomeia-lhe como companheiro a Insônia.
Tira do pobre menestrel o encanto de Morfeu.
Deixa surdo o pobre errante perante a Lira de Orfeu!
Lança ao abismo o pobre poeta.
Queima em chamas e lança setas,
estrala o açoite em seu dorso
tira de sua face um pranto,pobre poeta.
E o valioso bardo faz de sua tormenta um brado.
De sua sina um acalanto.
Compõe de suas trevas um canto.
E Deus, compassivo ao Rico Poeta,
ri-se do pobre Diabo!
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