segunda-feira, 10 de agosto de 2009

ARCANO XXI de Lucas Dulce


Sou um rio que deságua em mim mesmo
Com turbilhões de paixões e desejos.
Sal de lágrimas, um campo de batalha.
O sangue, o fél, a carne e a navalha.

Sigo, mesmo sem estrelas no céu.
Viajante, um vagabundo louco ao léu.
Duvidoso de minhas próprias apostas
Quando até os Deuses me dão as costas.

Um cometa que se desprende
da corrente cósmica e cai no mar.
Flamejante asteróide decadente
Uma chama áurea emanada do Raio Solar.

Em galope rasante por esta humanidade
Decaída, degenerada, orfã sem lar.
Sigo preso na carne e na dualidade
prosseguindo no caminho que não se sabe
onde vai dar.

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