Breve Apocalipse de Lucas Dulce

Existe um Deus em minha Consciência
um embrião divino em minha alma.
Sonda meus sonhos
Tu, velho de barbas brancas
Cingido de Ouro o peito
Puro de Paz o plumo.
Mostra-me
Oh Pai Luzente!
O segredo das Sete Estrelas
Entrega-me,
as chaves das Sete Igrejas!
Transborda em mim
as águas jorradas de tua fonte
a Luz emanada de tua fronte
e a Vontade que é Força para subir o Monte...Thelema!

Microcosmos de Lucas Dulce

Explosões...turbilhões,ruídos.Criação em meio ao Caos, este é o homem,fruto da Terra,sopro de vida Divina. Doze Constelações nas Águas da Vida, milhões de planetas celulares, atômicos, tudo para ser tomado de assalto...domado. Oh homem,és filho do Criador, és uma centelha do Demiurgo...dome-se,crie-se,altere sua rota e ache seu centro solar...seu Verdadeiro Íntimo.
Tens em tuas gônadas a força para criar e destruir mundos...és tu uma parte do espelho quebrado do Universo!

Farol dos mundos

letra - Zé Ramalho
música - Robertinho de Recife


Por detrás das montanhas
Quando vens cada ciclo
Me estremeço de veias
Fico mudo de pleno
Ano-luz amarela
Que derrete os minerais
Que amolece os animais
Curandeira das trevas
Pastorinha do cais

Que recebo em teus raios
No alimento das sombras
Que chegaram relâmpagos
Entre olhos de pedras
Cavalgaram teu dorso
Nos umbigos da terra
Nos rochedos que rompem
Ante um raio mais forte
Os sons das guitarras

Faíscas da vida
Um solo de clarões
Que nos levou em pouco tempo
No ventre dos abismos
Para o ventre dos abismos....

Por que os pássaros cantam?

Meia hora ao redor do Cedro...Poucos minutos de absoluta comunhão com a natureza. Ressoa um tinido no bico de uma ave e um Koan na Consciência de um Cosmonauta...Por que os pássaros cantam?

Ser de Lucas Dulce

Poderia ser somente mais um almejando uma casinha,um emprego e uma namoradinha. Poderia ser somente mais um almejando ter rios de dinheiro,mulheres aos meus pés e mansões. Mas meu Ser não se contenta com tão poucas mesquinharias, não me desprendi do terceiro planeta de Ors em Urânia para apenas sobreviver neste vale de lágrimas. Não entregue à paixões, sem me refugiar em pseudoocultismos,
muito menos pseudointelectualismos. Sempre avante,num galope rasante que me levará mais adiante...até onde almejo...O Absoluto!

Mãe Ísis de Lucas Dulce

Ô Musa me permitas cantar

louvores ao teu amor

tu que sempre há de escutar

meu fraco e suspirado clamor.

És céu, és Sol, és Lua

Mãe, Filha, esposa e calor

A Estrela que brilha é Tua

és folha, botão e flor.

I.A.O., Ram-IO, Maria Virginal

sempre a acalentar o Cristo Menino

em tuas mãos leva o Véu Divinal.

Sempre tu, somente tu

Sublime., terrifica

Filha de teu Filho,

cheia de esplendor.

És tu Deusa minha

Em uma só palavra...Amor.

ARCANO XXI de Lucas Dulce

Sou um rio que deságua em mim mesmo
Com turbilhões de paixões e desejos.
Sal de lágrimas, um campo de batalha.
O sangue, o fél, a carne e a navalha.

Sigo, mesmo sem estrelas no céu.
Viajante, um vagabundo louco ao léu.
Duvidoso de minhas próprias apostas
Quando até os Deuses me dão as costas.

Um cometa que se desprende
da corrente cósmica e cai no mar.
Flamejante asteróide decadente
Uma chama áurea emanada do Raio Solar.

Em galope rasante por esta humanidade
Decaída, degenerada, orfã sem lar.
Sigo preso na carne e na dualidade
prosseguindo no caminho que não se sabe
onde vai dar.