quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Fios Soltos (Lucas Dulce)


Oh Noite fria de muitas dores!
Aquela rosa de doce aroma
Se desfalece, sem suas cores.

Jogadas ao vento, feitas em trapos
aquelas vestes, agora sujas.
Um velho manto feito em farrapos!

Pobre de ti! Meu Rei Amigo!
Que um dia ria em belos trajes,
Hoje chora e grita...és um mendigo.

Os teus banquetes e o forte vinho
que fluía leve em tuas veias.
Já se esgotaram...estás sozinho!

Preso em dimensões abismais
cercado pela cancela do tempo,
bradando triste, fracos sussuros...tristes ais!

Tú, de teu pai o homicida
cumpre agora a dura pena
que é cobrada em tua vida!

Luzeiro alvo de leves traços
como um cometa se arrojou
perdendo tudo em torpes braços.

Fôra aquele leito macio
tua armadilha, libidinosa teia
que te sugaste....ficou vazio!

E tuas damas, impúdicas Evas
soltaram prantos e te lançaram
entre os caninos em meio às Trevas!